1 de ago. de 2007

A restauração da Igreja

Uma brisa nova está soprando. Na presente hora, Deus está conclamando e conduzindo Sua Igreja de volta à humildade, simplicidade e mutualidade da Igreja segundo os moldes do Novo Testamento. Ele está dizendo, ‘Durante 1.700 anos vocês seguiram seu próprio caminho. Agora vocês agirão à minha maneira’. Estamos agora vivendo os primeiros dias de um novo mover de Deus ― soberano e muito radical ― que resultará em autêntico Cristianismo neotestamentário e no cumprimento final da Grande Comissão. Este novo mover de Deus tem as seguintes características:

1. Conhecer Deus, em vez de apenas ‘servir a Deus’.

A maioria de nós, ao longo dos anos, tem servido a um Deus que conhecemos superficialmente. Agora Ele está nos convocando a conhecê-lo verdadeira e profundamente, e a amá-lo soberanamente, e só a Ele. Frutos autênticos (servir a Deus) serão produzidos espontaneamente à medida que O conhecermos e O amarmos com intimidade.

2. O Evangelho do Reino, em vez de um Evangelho de fácil aceitação

Antigamente, as pessoas eram incentivadas a ‘aceitar a Cristo’, o que freqüentemente resultava em conversões superficiais, de pessoas que na verdade não foram convertidas. Hoje, Deus está conclamando Seus servos a pregar o Evangelho do Reino, e devemos conclamar as pessoas a se arrependerem e fazerem de Jesus seu Senhor e Rei, o soberano dirigente de suas vidas.

3. Em vez de esforços humanos, o agir de Deus

Já se foram os dias de estender faixas, organizar programas e conduzir cultos na tentativa de fazer a obra de Deus. Agora, temos que aprender a fazer a obra de Deus a Seu modo. Precisamos esperar nEle, aprender a ouvir Sua voz, ser instruídos somente por Ele e obedecê-Lo pronta e totalmente. Precisamos pagar o preço do avivamento. Precisamos nos entregar à oração coletiva intensa e à batalha espiritual. Precisamos crer que Deus confirma Sua Palavra com sinais e maravilhas. Precisamos pedir a Deus que nos ensine a fazer Sua obra do jeito que Ele quer, e a estar prontos a fazer mudanças radicais, pois é assim que Ele age. Deste modo, Ele produzirá frutos, e toda a glória será Sua.

4. De povo inseguro e ferido a povo sarado por Jesus Cristo

A maioria de nós fomos traumatizados e feridos profundamente por outras pessoas. A palavra ‘salvação’ implica sermos sadios, libertos, completos. Jesus quer nos curar e nos libertar no corpo, alma e espírito, para que possamos viver uma vida de vitória total. Hoje, Ele está levantando um exército de pessoas com estas características, pessoas restauradas por Ele em cada aspecto, para que vivamos uma vida abundante que glorifica a Deus.

5. Deixemos de fazer o que o homem nos ordena, a aprendamos a ouvir a voz de Deus para fazer o que Ele quer que façamos.

Por muito tempo recebemos revelação e orientação de homens. Agora Deus quer que cresçamos e aprendamos a ouvir Sua voz (Jo 10.3-5), ter discernimento da verdade e ser orientados diretamente por Ele, e que o façamos em atitude de submissão aos irmãos.

6. De cultos e programas controlados pelo pastor a reuniões em que todos os crentes participam.

Estamos acostumados a ‘freqüentar uma igreja’ e a assistir um ‘culto’ liderado pelo clérigo, ministro ou pastor. Mas não é isso que vemos nas Escrituras. Durante 300 anos, os cristãos primitivos se reuniram em suas casas para viver a ‘koinonia’, a comunhão, compartilhando suas vidas uns com os outros (At 2:42-47). Reuniam-se para se edificarem mutuamente e compartilhar experiências (1 Co 14:26, Ef 4:15-16, Hb 10:23-25). O mover do Espírito de Deus, em expressão e poder sobrenaturais, era um aspecto importante das reuniões (1 Co 12-14). Hoje, temos um cristianismo de espectadores, onde poucos (o clero) representam e muitos assistem. Nossos cultos não passam de ‘produções’. Os cultos, o pastor, o edifício, o púlpito, o coral, a plataforma tornaram-se ídolos para nós. Arrependâmo-nos e voltemos à humildade, simplicidade, e participação mútua da igreja primitiva.
Podemos ver os indícios de que é chegada a hora para esta transição: em muitas igrejas, o povo de Deus, os chamados ‘leigos’  pessoas com experiência de anos de aprendizado na Palavra, com dons e ministérios outorgados por Deus  estão cansados de serem alimentados a mamadeira. Deus já os levou a um profundo entendimento de Sua Palavra e do que seja intercessão, estão agora ansiosos em participar. Mas, quando o Corpo de Cristo se reúne, pouca ou nenhuma oportunidade de participação é dada a eles.

7. Da liderança de um só homem à liderança de uma equipe de servos

Os cristãos primitivos trabalhavam em equipes: Jesus enviou os Doze e os Setenta em pares; Paulo sempre teve parceiros (Barnabé, Silas, Timóteo, Tito, Priscila e Áquila, etc.) que trabalhavam com ele. As igrejas eram dirigidas por um grupo de anciãos (At 14:23, 20:17-32, 1Tm 3:1-7, Tt 1:5-9, 1Pe 5:1-5). Mas nós ainda seguimos padrões de organização tirados do catolicismo romano, dos militares, de corporações, e desenvolvemos hierarquias religiosas onde pessoas são dirigidas por pessoas, contrariando o que está em Mateus 20:25-28, 23:8-12, e 1 Pedro 5:3. Na maioria desses sistemas religiosos, reina a liderança de um só homem – o pastor da igreja local, o presidente ou diretor da organização para-eclesiástica. Isto geralmente resulta em domínio, manipulação, direção autocrática, e fracasso pessoal.
Ao invés de, na condição de servos, capacitarmos pessoas para que elas preparem os crentes para que estes se realizem, criamos líderes carismáticos que nos proporcionam entretenimento, e usam o povo de Deus e as finanças para sua própria realização. Hoje, Deus está conclamando Sua Igreja a retornar aos padrões simples da igreja primitiva, segundo os quais os líderes devem andar em humildade (1Pe 5:5-6), trabalhar em equipe, ser submissos uns aos outros (Ef 5:21); devem comportar-se como servos (Mt 20:25-28)  treinadores preparando os crentes para o ministério (Ef 4:11-12).

8. De ênfase a reuniões para ênfase a relacionamentos.

O referencial geralmente usado para avaliar a dedicação dos crentes é sua freqüência às reuniões da igreja -- escola dominical, reunião de domingo à noite, reunião do meio da semana, etc. Deus não está preocupado com o número de reuniões de que participamos ou deixamos de participar. Ele está interessado em relacionamentos. Ele quer:

― que estejamos voltados a um relacionamento crescente com Ele;
― que nosso relacionamento com as pessoas seja sem pecado;
― que tenhamos relacionamento profundo, comprometido, crescente, sadio com os irmãos em pequenos grupos;
― que tenhamos relacionamento espontâneo, amoroso, com os não salvos, com o propósito de levá-las a Cristo.

É hora de deixarmos para trás as reuniões-entretenimento e começarmos a desenvolver relacionamentos. Tratemos de estar ‘sem ofensas para com Deus e os homens’ (At 24:16). Que nossa prioridade seja desfrutar de relacionamentos -- de um para com o outro e em pequenos grupos. Transformemos os ‘trabalhos’ da igreja em ocasiões para construirmos relacionamentos com Deus e uns com os outros. Deve haver uma provisão de tempo para compartilharmos e orarmos uns com os outros (Tg 5:16). Reuniões e programas passam – somente relacionamentos comprometidos, ordenados por Deus permanecem. Devemos priorizar os relacionamentos.

9. De reuniões na ‘igreja’ a reuniões nos lares.

Jesus nunca construiu edifícios, nem disse nada acerca de construção de edifícios a seus discípulos. Ele ensinou que a verdadeira adoração não tem nada a ver com o local (Jo 4:20-24), mas afirmou que Seu Reino está dentro de nós (Lc 17:21). Os cristãos primitivos se reuniam em seus lares (At 2:46, 5:42, 11:12-14, 12:12, 16: 40, Rm 16:5,16:2; 1Co 16:19, Cl 4:14, Fm 2). Os judeus cristãos de Jerusalém iam ao Templo mas não há uma menção sequer de que tivessem qualquer intenção de construir edifícios para a igreja. Por trezentos anos, a igreja cristã esteve centrada no lar: os justos se reuniam em seus lares para adorar (At 13:2), louvar a Deus (At 2:47), orar (At 12:5), ler as Escrituras (1 Tm 4:13), encorajar uns aos outros (Hb 10:24-25), cantar (Ef 5:19, Cl 3:16), ouvir os ensinos dos apóstolos (At 2:42), fazer refeições juntos (At 2:46), participar da ceia do Senhor (1Co 11:22), etc. À medida que o grupo tornava-se grande para uma casa, pode-se supor que se multiplicavam em dois grupos. Que modo simples e eficaz para a expansão! Livres de dispendiosos projetos de construção, de levantamento de fundos, ou de dependências para manutenção. Imaginemos o dinheiro economizado e usado no cumprimento da Grande Comissão e para ministrar ao necessitado!
Hoje, Deus está restaurando na sua igreja esses simples encontros no lar. Na União Soviética, China, e outros países fechados, as reuniões secretas das igrejas nas casas são o modo de vida da maioria dos cristãos. Em muitos casos, os convertidos são ganhos nos lares, através de evangelização de porta em porta, ou de grupo de estudo. Os novos crentes são então disciplinados em reuniões nas casas. Em poucos casos, acontece de construírem edifícios. Em cidades muito populosas, como Hong Kong e Singapura, há um grande número de igrejas nas casas.
Está havendo um despertamento no sentido de se reunir em igrejas nas casas. Até mesmo nas cidades americanas, uma das atividades cristãs mais populares é a reunião nas casas durante a semana e nos domingos. Deus está orientando sua igreja a voltar a se reunir nas casas, tendência esta que está se propagando pelo mundo. Em muitos países, pode-se ver o fechamento de edifícios de igreja devido a queda da isenção de impostos, crise de energia, revolução política, colapso econômico, guerra, perseguições. Creio que Jesus, quando voltar, vai encontrar Sua igreja reunindo-se basicamente nos lares

10. É hora de pararmos de olhar para nós mesmos e nos preocuparmos com o próximo.
É fácil nos preocuparmos com nós mesmos e nos esquecermos dos outros. Mas Jesus disse que devemos amar ao próximo como a nós mesmos (Mt 22:37-39), e que seremos julgados pelo que fazemos aos outros (Mt 25:31-46). A Bíblia nos exorta a não cuidarmos apenas de nossos interesses, mas do interesse do próximo (Fl 2:4). Freqüentemente, temos nos preocupado tanto com nós mesmos que nos tornamos um clube do ‘venha a nós’. Muitas vezes, a igreja tem se preocupado tanto com sua sobrevivência que se esquece das grandes necessidades do mundo e de cumprir a Grande Comissão de Cristo  tem estado na defensiva, funcionando como hospital, tratando dos desejos e necessidades dos crentes. É hora de passar à ofensiva, começar a agir como um exército, sair e evangelizar o mundo, derrotar o diabo arrebatando o mundo de suas garras e entregando-o a Jesus. Deus está à procura de soldados, e está novamente convocando Sua igreja para se envolver COM:

EVANGELIZAÇÃO, levando o Evangelho a todo o país, e trazendo multidões para Cristo.
MISSÕES, deixando seu país para alcançar os 12.000 povos ainda não evangelizados.
JUSTIÇA SOCIAL, fazendo com que os oprimidos da Terra  os refugiados, os sem teto, os pobres, as minorias, etc.  tenham oportunidade de viver vidas sadias e produtivas.
A SOCIEDADE, levando cada segmento  o lar, a escola, o governo, os bancos, o comércio e a indústria, a mídia, as artes, os esportes, etc.  a voltar-se aos fundamentos bíblicos e ao senhorio do Senhor Jesus Cristo vivo.

11. De grandes e dispendiosas campanhas de evangelização ao simples testemunho dos pequeninos, orientados pelo Espírito.

Quando falamos em evangelização mundial, geralmente pensamos em termos de projetos grandes e dispendiosos. Mas, cada vez mais, Deus tem enfatizado que o mundo será evangelizado pelo simples testemunho, guiado pelo Espírito, das pessoas comuns que amam Jesus de todo o seu coração, que O compartilham com atitude e palavra onde quer que vão.

12. Da sujeição da mulher à sua liberação como parceiras de igual nível no Reino de Deus.

Através dos séculos, a igreja tem limitado a mulher em seu papel no lar, na sociedade, e na igreja. Em grande parte, esse procedimento tem-se baseado em uma interpretação errônea de 1Co 14:34-35 e 1Tm 2:11-15. Mas, pelo estudo das Escrituras, a mulher está sendo liberta para ser dirigida pelo Espírito de Deus para não somente cuidar do lar (Tito 2:5), mas para ter envolvimento pleno na vida e ministério da igreja (At 2:17-18), e para perseguir e conseguir tudo que Deus tem em reserva para ela no mundo profissional. Quando Jesus voltar, Ele encontrará a mulher completamente liberada, ministrando sob a orientação e unção do Seu Espírito (At 2:17-18).

13. De desleixo e opacidade financeiros a integridade, responsabilidade e transparência financeira.

O corpo de Cristo e o mundo têm presenciado exemplos de mau gerenciamento, opacidade, e fraude financeiros. Há muitos outros exemplos de desleixo. Os cristãos, acima de todas as pessoas, devem ser exemplos de máxima integridade financeira. Coisas que nunca devem acontecer: O salário do pastor determinado por ele próprio, o desconhecimento por parte da congregação do montante das ofertas, a contabilidade por conta da esposa do pastor, etc. Deve haver total transparência das entradas e saídas. Salários e despesas de vulto devem ser determinados por um grupo indicado pela congregação.

14. De denominações à igreja na cidade.

Hoje em dia, existem mais de 20.000 denominações e não sei quantas organizações cristãs. No Novo Testamento, vemos que todos os crentes de uma dada cidade eram identificados como ‘a igreja naquela cidade’: ‘a igreja em Jerusalém’ (At 8:1), ‘a igreja em Éfeso’ (Ap 2:1), etc. Eram identificadas como uma igreja, mesmo reunindo-se em vários lares por toda a cidade.
Atualmente, Deus está restaurando este aspecto de sua igreja. Cada vez mais, os crentes estão se reconhecendo como a igreja em sua cidade. Em um crescente número de cidades, os líderes das congregações estão se reunindo regularmente para compartilhar, orar e funcionar como os anciãos da igreja em cada cidade. É uma prática que se afirma e se acelera. Assim, as diferenças denominacionais e organizacionais vão se tornando cada vez menos distintas, e todos passam a funcionar como o Corpo de Cristo, isto é, a igreja em determinada cidade. (Tudo isso diz respeito à unidade de crentes autênticos, de coração, e não à unidade organizacional de uma igreja apóstata).

15. De identificação em base organizacional a identificação no Reino de Deus.

Tradicionalmente, os grupos têm-se relacionado com base na semelhança de conexões organizacionais (batistas, metodistas, ABU, etc). Mas isso está mudando drasticamente. Deus está unindo pessoas de origens e afiliações as mais variadas para os Seus próprios propósitos. Precisamos estar abertos a essas conexões divinas, e permitir que esses relacionamentos se desenvolvam ao sabor do Espírito, permitindo que Deus nos use da maneira que Ele quer.

De “Odres Novos”

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